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sábado, 4 de junho de 2016

Brasil pode passar a produzir veículos leves movidos a óleo diesel

Projeto neste sentido tem parecer favorável do relator e está em comissão especial.

Comissão Especial pode votar, nos próximos dias, parecer favorável ao Projeto de Lei (PL 1013/11) que autoriza fabricação e comercialização de veículos leves movidos a óleo diesel.
O relator, deputado Evandro Roman, do PSD do Paraná, destaca o aumento da produção de petróleo e gás natural. De 1976 pra cá, a produção nacional de petróleo saiu de 200 mil barris por dia para 2 milhões de barris por dia.
No mesmo período, também houve aumento na capacidade de refino de petróleo, que passou de 694 mil barris por dia para aproximadamente 2 milhões e 400 mil barris por dia. Já a produção de óleo diesel triplicou.
Apesar disso, o deputado Bruno Covas, do PSDB de São Paulo, é contrário ao projeto de lei. Ele destaca que, em 2014, o Brasil importou mais de 12 bilhões de litros de diesel, o que corresponde a aproximadamente 9 bilhões de dólares. Para ele, mesmo acrescentando o biodiesel ao diesel mineral a oferta interna não será suficiente, e o País continuará importando o produto.
"Trata-se de medida desnecessária para um país com enorme potencial para a ampliação da produção de etanol, e do outras energias limpas e renováveis. Vamos lembrar que, hoje, a Europa discute a restrição de carros movido a diesel. A tendência é que a gente fique com o lixo tecnológico que vai ser proibido na Europa."
Bruno Covas destaca que o Brasil é o quinto pais do mundo que mais contribui para o desenvolvimento ambiental do planeta, portanto liberar carros movidos a diesel é contrário aos interesses do país.
Pesquisa da Universidade da Califórnia mostra que apenas 10% dos veículos da Califórnia utilizam o diesel. Porém, essa minoria é responsável por cerca de 60% da produção de aerossóis orgânicos secundários (AOS), que são partículas nocivas à saúde humana. O diesel é responsável por 80% da emissão dessas partículas nos Estados Unidos.
O autor da proposta, deputado Áureo, do Solidariedade do Rio de Janeiro, defende que, se aprovado, o projeto beneficiará os pequenos agricultores.
"Quem precisa do veiculo a diesel é o produtor rural. Que vai escoar sua produção de banana, de laranja, numa pequena roça no interior, e vai possibilitar que esse produto chegue mais barato na mesa do consumidor."
O deputado também pretende oferecer ao consumidor maior variedade na hora de abastecer o veículo.
Em contrapartida, o deputado Ricardo Tripoli, do PSDB de São Paulo, afirma que a regularização do uso de diesel em veículos leves afetará milhares de trabalhadores que estão inclusos na produção do álcool.
Caso aprovado pela comissão especial, o projeto será encaminhado para análise do Senado.
Reportagem — João Vitor Silva

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